segunda-feira, 30 de março de 2015

Resenha - O Temor do Sábio



       Nesta, enorme e impecável, cotinuação do livro “O Nome do Vento”, em “O Temor do Sábio”, o protagonista Kvothe se depara com novos desafios e com novos mistérios nos lugares mais inusitados. Prendendo o leitor por horas a fio, fazendo com que ele perca a noção de tempo, entrelaçado na trama desta fascinate história. Sem dizer que mais uma vez tem uma capa linda.

       Nesta parte da história criada por Patrick Rothfuss, definida pelo protagonista no primeiro livro como sua favorita, na qual ele é  forçado a deixar a Universidade para sua própria segurança e dos próximos a ele, saindo em uma jornada perigosa na qual ele se encontra com um dos homens mais poderosos de todo um Império, cujo simples capricho, pode destruir toda uma nação.



        Neste pequeno pedaço de toda uma vida ele aprende a lutar, ultrapassa grandes barreiras morais e étcas, conheçe o ser encantado Feluriana, sendo o primeiro a sair de sua morada com vida e sanidade intacta, e conheçe, o que aparenta ser o maior vilão de toda a história, Cthaeh, um Encantado, capaz de ver todos os futuros possíveis e manipulando o presente de forma que leve ao pior deles, como é evidenciado no livro:

“ Você não faz ideia de quem eu sou.
O Cronista permaneceu muito quieto, mas não desviou o olhar.
 - Juro por minha língua e por meus dentes - disse Bast, ríspido. - Juro pelas portas de pedra. Estou lhe dizendo três mil vezes: não há nada no meu mundo ou no seu que seja mais perigoso que o Cthaeh.” (O Temor do Sábio, Interlúdio - Uma certa doçura.)

       Além de se ver em uma situação em que ele é obrigado a aprender novos costumes e uma nova língua, que depende tanto dos gestos expressivos como das palavras, sendo que sua vida depende disto. Kvothe, vai cada vez mais se aproximar de conseguir vingar-se dos Chandrianos e vai ser capaz de descubrir os nomes deles num trecho de uma música antiga de um povo distante, cuja tradução do inglês para o português faz com que perca seu ritmo e forma, mas sem grandes alteração do conteudo:

“ Cyphus carrega a azulada chama.
Stercus fez-se escravo do ferro.
Ferule tem olhar negro e sem clemência.
Usnea só vive na decadência.
Dalcenti, do cinzento silêncio, nunca fala.
A pálida Alenta traz a peste.
Por fim, o líder dos sete:
Odiado. Incorrigível. Equilibrado. Insone.
Senhor das sombras, Alaxel é seu nome.” (O Temor do Sábio, Nomes.)

       Este livro foi o meu favorito dos dois, pois mesmo não apresentando a emoção do primeiro de descobrir um novo mundo, ele esclareceu grande parte da história do personagem e o leitor começa a compreender o mundo em caos que o protagonista vive e se sente tão culpado por ele. Além do mais, ele já deixa muitas pistas do futuro dos personagens, e apresenta mistérios, que é impossível resistir a vontade de reler o livro para ver se não deixou nada passar despercebido.
       Para concluir, gostaria de dizer que espero ansiosamente o próximo livro, e deixo com vocês uma das falas mais marcantes e importântes do livro, que lhe deu o nome:

“ Lembre-se de que há três coisas que todo sabio teme: o mar na tormenta, uma noite sem luar e a ira de um homem gentil." (O Temor do Sábio, Todos os sábios temem.)